Muitos acreditam que tudo o que é relatado nas Escrituras deve se encaixar nos limites da racionalidade humana. Para eles, as afirmações e narrativas bíblicas não podem contrariar aquilo que consideram razoável.
Mas este, o racionalista, logo se deparará com algumas afirmações que parecem não fazer sentido. Virgem que dá à luz, mortos que ressuscitam, alguém que anda sobre as águas não podem ser cientificamente ou racionalmente explicados. Em um julgamento sobre as pessoas que seguem a Deus, chega à conclusão de que a única maneira de viver assim é matando a razão, jogando-se em uma fé cega e sem fundamento.
Por termos sido criados à imagem e semelhança de Deus, somos criaturas racionais. E essa é uma das mais belas e significativas expressões dessa imagem. Mas nós não nos encontramos em um estado de normalidade. Após a entrada do pecado no mundo, todos os âmbitos da nossa existência foram afetados. As nossas emoções, os nossos corpos e o nosso intelecto não são infalíveis. A razão, assim como a emoção, é quem deve estar subordinada à revelação de Deus. Deste modo, “a razão não precisa morrer, só precisa dobrar os joelhos”.
Além da influência do pecado na mente, não podemos nos esquecer de que, apesar de sermos imagem e semelhança de Deus, também somos criados. Somos criaturas, e isso impõe necessariamente uma série de limitações à nossa compreensão. E isso não é algo ruim. Foi Deus quem nos criou desse jeito: limitados e dependentes dEle para conhecer. São muitos os textos das Escrituras que apontam para a insuficiência da razão humana. Observe um deles: “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas” (Provérbios 3.5-6).
Se você acredita que pode se apoiar em sua própria razão para definir aquilo que é válido ou não, o que vale obedecer e se submeter a Deus ou não, o resultado será uma grande queda. Este não é um critério seguro para viver uma vida abençoada ao lado de Deus.
Decida por um caminho mais excelente: a submissão à revelação de Deus. E lembre-se de que Deus não é irracional, mas a mente de Deus não pode ser contida dentro dos limites da racionalidade humana e, mesmo assim, o mais sábio a se fazer é se curvar àquilo que Ele disse ser verdadeiro, bom e justo.
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[1] MADUREIRA, Jonas. InteligênciaHumilhada. São Paulo: Vida Nova, 2017, p 27.
Lucas Lisboa
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