“Não se discute política, futebol e religião. Qualquer discussão em torno disso é problema.” Essa frase foi repetida muitas vezes por meu pai, e vejo sabedoria nela devido à paixão que esses três tópicos despertam. Como lemos em Provérbios 26.4-5, muitas vezes o silêncio é, sim, a melhor escolha diante de alguém que não sabe dialogar ou mesmo em contextos como as redes sociais. Esse princípio evita muitos conflitos. Mas essa é a postura que o Senhor Jesus espera de nós em todos os momentos? Podemos discuti-los?
Uma das perguntas mais comuns entre brasileiros é “qual time você torce?”. Outra cada vez mais frequente, é “você é de esquerda ou de direita?”. Tudo bem torcermos por um time (desde que não nos tire o sono), ou ainda termos um posicionamento bem definido politicamente; acredito que estes dois primeiros tópicos realmente têm seu lugar para discussão, mas a nossa fé não tem um lugar ideal, todo lugar deve ser um ambiente para ela se manifestar de maneira viva e eficaz. É comum jogadores de futebol e torcedores dizerem que “o que acontece em campo, fica em campo”, mas essa frase não cabe na boca de um crente em Cristo. O cristão o é em todo lugar e todo momento, não há espaços para exceção.
Em 1 Pedro 3.15, o apóstolo Pedro nos convida a estarmos preparados a responder a razão da nossa fé, de maneira aprovada não só em palavras, mas também em conduta. Se o problema de alguns é o espírito de covardia de não anunciar o evangelho (2 Tm 1.7-9), o de outros é a falta de compromisso com uma fé viva, vista em suas vidas. Anunciam Jesus com os lábios, mas o coração está distante (Isaías 29.13). Tiago, irmão do Senhor Jesus, nos avisou sobre uma fé morta em Tiago 2.17. A verdadeira fé se comprova por obras.
A sabedoria é uma linha tênue; a divisão entre ficar calado quando necessário e um espírito de covardia pode não ser clara, mas ela existe. Expor o evangelho é nossa obrigação, pois o crer só vem pelo ouvir (Romanos 10.17). Devemos aproveitar cada oportunidade de viver Cristo neste mundo caído, de tal maneira que o próprio Senhor Jesus seja visto em nós, seja para sermos bênção, seja para sermos perseguidos. Não podemos nos abster de pregar o evangelho, pois o ato de se abster já é uma escolha. Sejamos luz do mundo! (Mateus 5.14-16)
Que o Senhor nos abençoe.
Eduardo Cosme
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