Um pouco antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. João 13:1

John Bunyan, autor do conhecido livro O Peregrino, escreveu que “Cristo de não é inconstante, nem muda no seu amor” e essa passagem é um importante lembrete dessa verdade. O ponto do versículo, já quase no final do livro de João, é que Jesus está às vésperas da cruz e não muda de ideia, permanecendo decidido até o final. É como se estivesse na borda dos eventos futuros, vendo o sofrimento que enfrentaria e não fazendo qualquer caso disso (Hb 12.2),

O amor de Jesus é diferente. Ele não ama como a gente que tem limite, até onde a paciência aguenta e a preguiça permite. A triste ironia é que acreditamos que arriscaríamos a vida por algumas pessoas, mas nos irritamos profundamente com pedidos simples, como buscar um copo de água depois de sentados.

Jesus sabe que a ceia é o começo do fim. Não demorará muito até que a realidade da cruz se imponha e traga consigo cansaço, fome, incompreensão, sofrimento e abandono. Ao olhar para o futuro, vê os chicotes, os pregos, a ira divina e os milênios de pecado que tomaria sobre si. Mas por quê? Por que se coloca nessa posição se é justamente o único que não a merecia? O texto nos diz: “Tendo amado os seus… ele os amou até o fim.”

Este verso ensina duas verdades preciosas. A primeira é que futuro dos filhos de Deus está garantido, o amor de Cristo permanece mesmo diante de todo tipo de dificuldade.  Não há nada debaixo do céu e nem acima dele que surpreenda ou supere o poder de Deus. Não há motivo para temer doença, pobreza ou guerra.

Segundo, a fidelidade do amor de Jesus significa que o presente dos seguidores dEle está seguro. Ele ama até o fim, independentemente de onde o caminho passar. O que inclui nossas más decisões, pecados, tentações, medos e até mesmo o vale da sombra da morte. Nenhuma noite é tão escura para que a luz dEle brilhe e nenhum mal tão grande que Ele não vença com o bem.

Que o amor sem fim de Jesus nos mova a amar, perdoar e confrontar como Ele.

Daniel Manzano

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