Vinte e seis dias pode parecer um tempo trivial para a maior parte das pessoas. Pouco menos de um mês. Mas esse foi o número estimado, por pesquisadores no final dos anos 1980, como o total de dias em que o mundo esteve sem um conflito armado significativo desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Outra análise histórica, conduzida por estudiosos renomados do século XX, sugeriu que, ao longo de cerca de 3.500 anos de história registrada, o mundo teria vivido apenas 268 anos de paz, algo em torno de 8% do tempo.
As nações são furiosas. Fazem seus planos, atentam contra Deus e contra a sua criação. Rejeitam seu governo e insistem em afirmar uma soberania própria, ainda que isso custe vidas, desestabilize povos e esmague os mais frágeis. Por trás de guerras e alianças está o coração rebelde da humanidade, que prefere o caos à submissão ao Rei.
Diante do poder das nações, é natural que um discípulo de Jesus se veja tomado pelo temor do que os povos podem fazer. Outros andam ansiosos, e ainda há os que procuram formas de se proteger. Mas e Deus? Surpreendentemente, a ação de Deus diante da agitação dos povos é, no mínimo, curiosa: Deus ri. Ele ri e zomba.
O Salmo 2 mostra que, mesmo quando os reis da terra se levantam e os governantes conspiram contra o Senhor e seu Ungido, Deus não se apavora. Ele está entronizado nos céus e já estabeleceu seu Rei em Sião, seu santo monte. Esse Rei é o Filho, a quem pertencem as nações por herança. É a ele que todo joelho se dobrará.
O povo de Deus precisa lembrar que Cristo não apenas reinará no futuro. Ele já reina agora. Mesmo enquanto os jornais anunciam crises e os impérios se agitam, o Reino do Filho está firme, crescendo e invencível. Por isso, o salmo termina com um apelo pastoral: “Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam!” (Salmo 2.12).
A resposta ao caos das nações não é o desespero, nem o silêncio, nem a violência. É a adoração. É a confiança humilde e reverente no Rei eterno. Como igreja, somos chamados a viver com fé firme, coração sóbrio e olhos fixos em Cristo. O mundo pode estar em guerra, mas o trono do céu permanece inabalável. E o nosso Rei está nele.
Nathanael Baldez
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