Um amigo recentemente compartilhou comigo uma desagradável experiência que teve na sua juventude. Em uma conversa informal com seu chefe, ao contar-lhe que era “crente”, ouviu o seguinte comentário: “Mas pelo que vejo, você não é muito fanático não, né?”. Que bofetada! A inadequação do seu testemunho cristão causou-lhe muita vergonha e uma profunda tristeza.
O Senhor que nos removeu das trevas (Cl 1:13), quer remover as trevas de nós para que vivamos por modo digno dEle, agradando-O em tudo e frutificando em toda a boa obra (Cl 1:10), dando assim um bom testemunho cristão. Consideremos atentamente o que Sua Palavra nos diz:
“Brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mt 5:16).
“Deixemos de lado as obras das trevas e vistamo-nos com a armadura da luz.” (Rm 13:12).
“Outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5:8).
“Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.” (Ef 5:11).
“Vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas.” (1Ts 5:5)
“Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.” (1Jo 1:6).
Todos sabemos que a remoção das condutas das trevas que promove um bom testemunho, muitas vezes implica em um preço a pagar, uma perda a sofrer, um sacrifício a fazer. Mas para quem quer glorificar a Deus, o que aparenta ser perda é na realidade um ganho precioso. E há uma infinidade de ganhos que precisam ser obtidos mediante a remoção das trevas dos nossos desafios cotidianos.
Não sucumbir às trevas implica em, por exemplo, retratar a verdade na declaração do imposto de renda, abolindo as ilicitudes que a maioria pratica, mesmo que isso implique em pagar um imposto adicional a um Estado ineficiente e abarrotado de gente corrupta.
Jovens crentes se recusam a andar em trevas quando fazem grandes sacrifícios para conter os impulsos naturais, resistir às fortes pressões sociais e suportar zombarias ao zelarem por relacionamentos de namoro castos e puros.
Recentemente um irmão em Cristo daqui da igreja perdeu seu emprego pois não sucumbiu às pressões dos seus superiores para fazer algo ilícito. Que fabuloso exemplo de quem abomina as obras das trevas, mesmo com implicações pessoais tão dramáticas!
Não damos chances às trevas quando mantemos um linguajar santo, que não fala mal de quem quer que seja, por mais motivos verdadeiros que haja, pois nos negamos a
compactuar das tenebrosas “rodas dos escarnecedores”.
Se somos injuriados e bendizemos, se somos perseguidos e suportamos, se somos caluniados e respondemos amavelmente (1Co 4:12) é por que todos os vestígios de trevas foram dissipados da nossa vida pelo poder e para glória de Deus.
A experiência do meu amigo, embora muito dolorosa, lhe foi muito útil, pois estimulou-o a zelar continuamente por um comportamento luminoso, destituído de trevas – alvo visivelmente prioritário na sua vida desde então. Meu desejo e oração é para que a experiência do meu amigo se replique em cada um de nós. Se eventualmente percebermos em alguma área da nossa vida que nós não estamos sendo muito “fanáticos”, que a bofetada nos seja muito dolorida, que a vergonha seja muito incômoda, e que uma profunda tristeza nos impulsione à remoção diligente das trevas para que nossa luz volte a glorificar o Senhor.
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