“Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” Jo 8:7.
Com tais palavras o Senhor Jesus neutralizou seus inimigos. Ao colocarem sobre Jesus o peso de se posicionar sobre o que fazer com uma mulher adúltera, eles imaginavam que lhe haviam aplicado um xeque-mate. Ou Jesus transgrediria a lei mosaica que estabelecia a pena capital para aquele pecado, ou Jesus transgrediria a lei romana ao recomendar tal pena, prerrogativa exclusiva das autoridades romanas.
“Ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher…” Jo 8:9.
Sua própria consciência os acusou. Sua intenção era pecaminosa e seu critério injusto; adultério não é um pecado solitário. A referência à Lei era um mero teatro para viabilizar seu intento vil. Pecadores hipócritas humilhavam publicamente uma mulher buscando um pretexto para acusar Jesus, que por conhecer seus corações, apanhou-os na sua própria armadilha. “Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” Mt 15:19.
Nenhum deles ousou atirar a primeira pedra. A mesma lei que citavam também os condenava.
Aquela mesma intolerância a pecados alheios simultânea à tolerância aos próprios é uma armadilha para todos nós ainda hoje. Precisamos nos precaver de incorrer neste erro.
Jesus nos ordena a expressar aos outros a mesma misericórdia que Deus nos concede: “Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai.” Lc 6:36. Pois sempre recebemos o mesmo que aquela mulher: “Onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.” Jo 8:11-12.
Cotidianamente temos oportunidades de sermos misericordiosos gratos ou acusadores hipócritas que atiram pedras que merecem. Que nossas escolhas imitem o Senhor e não seus inimigos.
Vlademir Hernandes
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