Em um sábado qualquer numa sinagoga de Nazaré, depois que Jesus lê uma profecia messiânica de Isaías e reivindica que a mesma se cumprira nele próprio, os seguintes fatos ocorrem:
“…Todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele…. Todos falavam bem dele, e estavam admirados com as palavras de graça que saíam de seus lábios. Mas perguntavam: Não é este o filho de José? Jesus lhes disse: É claro que vocês me citarão este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo! Faze aqui em tua terra o que ouvimos que fizeste em Cafarnaum. Continuou ele: Digo-lhes a verdade: Nenhum profeta é aceito em sua terra…Todos os que estavam na sinagoga ficaram furiosos quando ouviram isso. Levantaram-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao topo da colina sobre a qual fora construída a cidade, a fim de atirá-lo precipício abaixo.” (Lc 4:21-24 e 28-29)
O já famoso carpinteiro, cujo ensino extraordinário e sinais maravilhosos impactavam toda a Galiléia, quando vai ensinar na cidade onde sempre morou, se depara com uma sequência bizarra de atitudes: de elevada expectativa, atenção, elogio, deslumbramento e reconhecimento da qualidade do seu ensino, para desprezo, questionamento, desafio insolente, rejeição, culminando em fúria assassina.
Em poucos instantes aqueles nazarenos petulantes, incoerentemente oscilaram entre extremos opostos. Ao longo da história até os dias de hoje, tanto dentro quanto fora da igreja, as atitudes em relação a Jesus têm sido diversificadas, surpreendentes e não poucas vezes antagônicas e incoerentes como naquela ocasião.
Sempre há aqueles que, contrariando previsões, rejeitam a oferta de salvação depois de um empolgante interesse inicial pelo Evangelho. Há os que admiram seu ensino ético mas rejeitam sua divindade e obra expiatória. Há aqueles que parecem aceitá-lo como salvador, mas com o tempo se desviam tornando-se críticos ferrenhos e até blasfemos impetuosos. Há muitos que o confessam como senhor e salvador, mas vivem de modo que tal confissão não faz a menor diferença em suas vidas. Há os que se apresentam como cristãos, mas desprezam a Sua vontade, e o desobedecem sem o menor temor. Há ainda os cristãos predominantemente apáticos na comunhão com Ele, mas sempre ávidos pelo Seu favor.
Que o Senhor nos livre da petulância e da incoerência! Que nossas posturas em relação a Jesus sejam sempre compatíveis com a honra da qual nosso senhor e salvador é digno!
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