“Porque, se perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês, que está no céu, perdoará vocês; se, porém, não perdoarem aos outros as ofensas deles, também o Pai de vocês não perdoará as ofensas de vocês.” Mt 6:14-15.
Esta declaração do Senhor é tão clara quanto perturbadora. Para alguém ser perdoado, é necessário perdoar. A parábola do credor incompassivo enfatiza esta declaração do Senhor. A parábola trata de alguém que teve uma altíssima dívida perdoada, mas se recusou a perdoar uma dívida muito menor que outro tinha consigo. Acabou sendo punido com todo rigor. A conclusão da parábola é ameaçadora: “Assim também o meu Pai, que está no céu, fará com vocês, se do íntimo não perdoarem cada um a seu irmão.” Mt 18:35.
O perdão, além de uma obrigação imposta a quem é perdoado por uma ordem direta do Senhor, é também medicinal. É capaz de beneficiar muito mais quem perdoa do que quem é perdoado: “Que não haja no meio de vocês qualquer amargura, indignação, ira, gritaria e blasfêmia, bem como qualquer maldade. Pelo contrário, sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando uns aos outros, como também Deus, em Cristo, perdoou vocês.” Ef 4:31-32. Ou seja, se não perdoamos os outros como Deus, em Cristo, nos perdoou, o que brota em nós é: amargura, indignação, ira, gritaria, blasfêmia e maldades. O perdão traz cura para esses males, a falta dele nos contamina com eles.
O rancor é um veneno letal. É uma aberração incoerente e egoísta quando presente em alguém que, ao mesmo tempo, quer para si o desfrute dos efeitos perdoadores do sangue de Jesus e se recusa replicar o perdão recebido aos seus próprios ofensores. É fácil entender por que o Senhor combate tão enfaticamente esta prática contraditória e sórdida.
Que o Senhor nos capacite à prática do perdão tão exemplarmente concedido por Ele a cada um de nós, para que não sejamos envenenados pelos efeitos malignos do rancor que nos coloca em débito com o próprio Senhor.
Vlademir Hernandes
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