Em um filme, poucas coisas prendem tanto quanto o momento em que tudo muda. O herói que parecia derrotado se levanta, o vilão se revela vulnerável, a trama toma um rumo que ninguém previu. Esse instante, chamado em inglês de plot twist, quebra a lógica que esperávamos e nos faz ver toda a história com novos olhos.
Há momentos em que Deus age assim, de forma tão diferente das nossas expectativas que corremos o risco de não reconhecermos a sua obra. Procuramos barulho em meio ao silêncio, poder onde parece haver fraqueza, e soluções rápidas em meio a complexidade. Mas ao olharmos para o texto de Isaías 53, vemos um Servo que não seguia o roteiro que o mundo aplaude: desprezado, rejeitado, homem de dores e experimentado no sofrimento. Como o profeta diz, alguém que nós “não tínhamos em estima” (Is 53.3). Aos olhos humanos, um fracasso. Aos olhos de Deus, o plano perfeito para salvar.
Jesus veio assim. Não construiu tronos nem reuniu exércitos. Caminhou entre os cansados e feridos, tocou os intocáveis e acolheu os esquecidos. Na cruz, ele assumiu a nossa culpa e suportou o castigo que nos traz paz. Aparentemente derrotado, mas, na verdade, esmagando o poder do pecado e da morte. No terceiro dia, a pedra foi removida e a vida gloriosa de Cristo venceu.
Nisso consiste ovangelho, palavra que significa boa notícia, a declaração valiosa de que essa vitória também pode ser nossa. Não por esforço, nem por boas obras, mas pela graça de Deus, recebida mediante a fé. Fé que não é apenas acreditar que Jesus existe ou existiu, que foi um bom mestre e, quem sabe, uma boa referência, mas sim em confiar a sua vida a ele, entregar o controle, render o coração, se arrepender e descansar na obra já consumada.
Talvez hoje você esteja tentando carregar pesos que Cristo já tomou para si. Ou buscando sentido em caminhos que só aumentam o vazio. A cruz e a ressurreição dizem que não precisamos viver assim. Há perdão real, vida nova e esperança segura para quem se volta a Jesus. Ele já fez tudo. Agora, a pergunta que ecoa é: você apenas acredita na figura histórica de Jesus ou confia nele como seu Salvador?
Nathanael Baldez
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