“Murmuração é a espuma que cresce de um coração fervendo em descontentamento!” Esta frase de Thomas Watson nos remete a uma reflexão importante sobre a natureza e as consequências da murmuração. Em seu contexto original, murmuração é uma palavra onomatopeica que geralmente significa resmungar, atitude de alguém constantemente insatisfeito. A murmuração, de fato, é uma manifestação externa de um coração insatisfeito, e nas Escrituras é evidente que Deus a abomina.
Vemos numerosos exemplos na Bíblia que ilustram a gravidade da murmuração. No Antigo Testamento, os israelitas são um exemplo clássico. Mesmo após testemunharem os milagres de Deus no Egito e a provisão constante no deserto, eles murmuravam contra Moisés e contra Deus (Ex 16:2-3). Essa atitude repetitiva de queixas e ingratidão levou Deus a puni-los severamente, destacando como Ele vê a murmuração: não apenas como uma falta de fé, mas como uma afronta à Sua soberania e bondade (Nm 14:27-30).
No Novo Testamento, o apóstolo Paulo adverte os crentes contra a murmuração, que na versão NVI é traduzida como queixa. Em Filipenses 2:14-15, ele escreve: “Façam tudo sem queixas (murmuração) nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo”. A murmuração não só mancha o testemunho cristão, mas também impede o crescimento espiritual, contamina pessoas e acaba afastando outras que estão por perto. Quem gosta de ficar perto de alguém que vive resmungando ou insatisfeito a respeito de tudo? Quem sai abençoado após um tempo ao lado de alguém que murmura por tudo o tempo todo?
Com certeza você lembra deste versículo do apóstolo Paulo: “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4:12-13) Quem dera a maioria das pessoas não usasse apenas a parte “posso tudo naquele que me fortalece” como um grito triunfalista, mas como um grito de submissão e fé, expresso em contentamento por causa do cuidado de Deus, a despeito das dificuldades inerentes a esta vida terrena (Rm 8:28).
Abandonar a murmuração requer uma mudança de mente e coração. Ao buscar a Deus em oração, na Sua Palavra e aplicar esses princípios, podemos transformar um coração fervendo em descontentamento em um coração cheio de gratidão: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.” (1 Ts 5:18)
Wagner Fonseca
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